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Teste: Nova V-Strom 1000 ABS traz Suzuki de volta à vida

Teste: Nova V-Strom 1000 ABS traz Suzuki de volta à vida


otalmente nova
Primeiramente, esqueça a versão anterior da V-Strom 1000. A aventureira é uma moto totalmente nova. A começar pelo design, que trouxe linhas mais atuais e agressivas, acompanhando as tendências do segmento. O foco foi reduzir peso e proporcionar mais versatilidade. “Aprendemos que os consumidores usam suas motos para deslocamentos no dia a dia e também viagens de um mês. Percebemos que o tamanho e o peso podem comprometer o desempenho das bigtrails aventureiras em passeios pela cidade e caminhos sinuosos”, disse Tomohira Ichimaru, engenheiro do departamento de Planejamento de Produto da Suzuki no Japão.

Iniciada do zero, a nova V-Strom 1000 ABS deixou de lado quase todas as semelhanças com a versão anterior. Exceto pelo motor bicilíndrico em “V” de 1.037 cm³ de capacidade, que é baseado no antigo propulsor DOHC de 996 cm³, mas recebeu modificações internas, como pistões com diâmetro 2 mm maior. Além das modificações visuais, que vão desde um novo paralama dianteiro superior, estilo bico de pato, passando pelo conjunto óptico único que substituiu o duplo da versão antiga, até as alças de apoio da garupa, a V-Strom 1000 foi renovada por completo.

Um chassi mais rígido e leve, construído em dupla trave em alumínio, reduziu em 13% o peso da moto, passando agora para 228 kg em ordem de marcha (8 kg mais leve que a anterior). A posição de pilotagem, mais ereta, ficou mais confortável devido à altura do assento, 850 mm do solo, e ao desenho do novo tanque de combustível de 20 litros. Isso resultou numa melhor dirigibilidade – encaixe perfeito das pernas ao redor da moto – e facilitou o alcance dos pés no chão. O conjunto de suspensão também traz novidades. Garfos dianteiros invertidos (upside-down) KYB e balança traseira convencional, ambos com 160 mm de curso e totalmente ajustáveis, na pré-carga, retorno e compressão.

O modelo ganhou também tecnologia embarcada para competir com as rivais. A nova V-Strom 1000 foi a primeira motocicleta da Suzuki a receber um sistema de controle de tração, fato que mostra o quanto a fabricante nipônica estava defasada em comparação à concorrência. O modelo também é equipado de série com o sistema de freios ABS, que auxiliam os dois discos dianteiros de 310 mm de diâmetro com fixação radial e disco único de 260 mm de diâmetro na traseira nas frenagens de emergência.

Motor e comportamento
Ao desenvolver sua nova aventureira, a Suzuki constatou que seu público queira mais torque em baixas e médias rotações. E os engenheiros da marca conseguiram isso. O novo motor é mais forte em baixos e médios regimes, e ficou mais “liso” em altas rotações, transmitindo pouquíssima vibração para o condutor. Todo o torque da nova V-Strom, de um máximo de 10,5 kgf.m aos 4.000 giros, é sentido logo nas rotações iniciais, entre os 3.000 e 6.000 giros.

Acima dessa marca, o V2 passa a ter um comportamento mais linear e suave, sem muita empolgação. Ao atingir as 10.000 rotações por minuto, o motor consegue produzir 101 cavalos de potência máxima e é que capaz de atingir altas velocidades. A bigtrail traz ainda um sistema assistente de embreagem (Suzuki Clutch Assist System – SCAS), que funciona de duas maneiras: como uma embreagem deslizante, que permite uma redução de marcha mais suave; e ainda como uma embreagem assistida, diminuindo a força necessária para acionar o manete.

Durante quase todo o teste, rodamos com o controle de tração no modo 1 (TC1), menos intrusivo. Em nenhum momento o sentimos entrar em atuação. Já no modo 2 (TC2), percebemos que houve intervenção. O sistema entrou em ação durante uma curva, quando a roda traseira perdeu aderência ao passar sobre sujeiras no solo. Por conta da eletrônica, o acontecido não chegou a ser um susto, pois permitiu manter o controle da moto. Portanto, é aconselhável utilizar o modo 2 em situações nas quais o pneu “grude” menos nos chão, como na chuva, por exemplo. O segundo modo também impede empinadas bruscas da roda dianteira, comuns em função do motor torcudo. Ainda é possível desligar o sistema por completo.

Gosta de asfalto
Assim como outras bigtrails recentes, como a Kawasaki Versys 1000 e a Honda VFR 1200X Crostourer, a V-Strom 1000 ABS gosta mesmo é do asfalto. Embora tenha suspensões de alto nível, capazes de absorver muito bem os impactos e ao mesmo tempo transmitir segurança quando exigida nas curvas, a nova bigtrail da Suzuki preza mais pelo conforto em vias asfaltadas do que pelo desempenho no fora-de-estrada.

Filosofia reforçada pelos pneus Bridgestone Battle Wing, nas medidas 110/80 R19, na dianteira, e 150/70 R17, na traseira, desenvolvidos para pisos pavimentados, mas que até encaram uma estrada de terra batida. Além disso, para enfrentar terrenos acidentados faltam alguns itens ao modelo. Entre eles, protetores de mão e de motor – filtro de óleo e curva do escapamento ficam muito expostos –, um guidão mais largo e mais leve, e, o principal, a possibilidade de desligar o sistema ABS da moto. As proteções extras podem estar disponíveis no futuro, pois a J.Toledo, representante da Suzuki, afirma que haverá uma ampla gama de acessórios para equipar a V-Strom 1000 no País.

Conclusão
Desde 2008, a queda nas vendas mundiais da Suzuki refletiu diretamente no desenvolvimento de novas motocicletas. Se analisarmos friamente os produtos oferecidos nos últimos anos, percebemos uma mesmice. Agora, com a nova Suzuki V-Strom 1000 ABS, a marca nipônica espera se reafirmar no cenário mundial dentro de um segmento o qual já não participa há algum tempo, oferecendo uma moto totalmente nova, com apelo atual e tecnologias que antes nunca haviam sido utilizadas em uma motocicleta da empresa.

A aventureira nipônica oferece um desempenho razoável na terra, mas percorre as rodovias com conforto e potência necessários para rodar o globo terrestre – e traz ainda um tanque com 20 litros, o que projeta boa autonomia. Por ser esguia e ágil, pode ser uma moto para o dia-a-dia capaz de trafegar no trânsito das grandes metrópoles sem problema. Vai bem tanto em viagens de fim de semana, como para longas férias de um mês.

Fonte:moto.com

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